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segunda-feira, 22 de março de 2010

Água suja mata mais que violência


    O que a humanidade está fazendo com o recurso que nos classifica como planeta azul? Infelizmente, poluindo rios e oceanos com milhões de toneladas de resíduos sólidos. Hoje, Dia Mundial da Água, o Programa do Meio Ambiente das Nações Unidas (Unep) informou o que já sabíamos, mas faltava confirmação técnica e científica. A poluição da água no mundo mata mais pessoas do que a violência. Essa informação é grave e deveria servir como um meio de sensibilização para que cada um cuide para mudar essa realidade. Mas, temos que ser realistas, já que essa não é uma mudança de atitude fácil e rápida de acontecer.
   O ser humano reage quando algo que lhe é essencial é tirado, por isso a grande maioria só irá se preocupar com a poluição desse recurso natural insubstituível para a vida e não renovável quando não houver mais oferta de água potável suficiente. Muitos acreditam que no futuro a corrida não será pelo petróleo ou pelo gás natural, que movem o capitalismo, mas pela água potável.
   A água contaminada mata a vida marinha e a humana, por espalhar doenças. Neste momento, essas doenças matam muito mais nos países pobres e em desenvolvimento, já que é neles que as falhas no tratamento da água e do esgoto mais aparecem. Mais a frente, quando o potencial hídrico do planeta reduzir substancialmente, todos serão afetados.
   Pelo relatório da Unep, “Água Doente”, 2 milhões de toneladas de resíduos contaminam 2 bilhões de toneladas de água. Esses resíduos são compostos, principalmente, por esgoto, poluição industrial, pesticidas agrícolas e resíduos de animais.
   A estimativa do Unep é que a falta de água limpa mata anualmente 1,8 milhão de crianças até 5 anos de idade.
   O Brasil é um país que não tem como desafio a quantidade de água, já que possui 12% do potencial hídrico do planeta. Nosso desafio é dar qualidade a esse potencial. A Agência Nacional de Águas (ANA) realizou um levantamento que apontou que 17 milhões de brasileiros não tem acesso a água potável.
   Isso é um absurdo. É sinal de descaso e de que se nada for feito tendemos a perder todo esse potencial. A ANA calcula que seria necessário investir pelo menos R$ 20 bilhões na proteção de mananciais que abastecem centros urbanos. Pelo levantamento da agência, apenas 9% dos pontos de monitoramento da qualidade de água tratada tem avaliação ótima, 21% estão entre razoável e péssimo.
   Não defendo que o governo seja responsável por tudo. Cada cidadão deve perceber sua parcela de responsabilidade e agir em benefício do planeta, que trará consequentemente seu próprio benefício. A mobilização deve ser da sociedade como um todo: cidadão, governo e empresas. Não só pela água, mas pela floresta, pela camada de ozônio. Temos que pensar no todo e agir.

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