Avatar: um organismo vivo

   Há muito tempo não assistia a um filme que criasse de forma primorosa um novo mundo. James Cameron fez o planeta Pandora respirar na tela. Essa sensação é dada pela tecnologia 3D, mas Avatar não é só tecnologia. O roteiro é atual e apresenta o ser humano materialista, que devasta ecossistemas para satisfazer sua necessidade de ‘ter’, sem importar os meios para isso.

   Alguns críticos falam que Avatar está inundado de clichês. Isso não é argumento, até porque o clichê aproxima o espectador do que acontece na tela. E não considero o assunto meio ambiente um clichê. A questão da preservação e da consciência de que o ser humano faz parte do todo e necessita do todo para existir tem que estar sempre em alta.

   Em Pandora, cada Na’Vi reconhece que são seres que vivem na natureza, que precisam dominar, mas sem destruir. O planeta, imaginado por Cameron durante 10 anos, é um organismo vivo e impossível de ser absorvido em uma visita ao cinema. Assisti duas vezes: a primeira na versão legendada e a última dublada. Este filme dublado é muito melhor por permitir que você não perca cada detalhe do ambiente que salta a tela.

   O número de elementos que chamam a atenção em uma cena são diversos. Mas, com toda a tecnologia Cameron não esquece de nos emocionar. Jake Sully tendo de volta suas pernas por meio do seu avatar, a cerimônia de aceitação da personagem como irmão, parte dos Na’Vi.

   A batalha final é incrível. É emocionante ver a natureza escolhendo se defender para sobreviver. James Cameron já criou vários mundos em seus filmes, mas desta vez foi todo um planeta, no qual ele é o rei. 

   Avatar é um filme com orçamento alto, US$ 400 milhões, grandioso, e neste caso um real sucesso. Nem sempre um filme grande é sucesso. Avatar conquistou esse espaço e chegou ao topo, tendo a maior bilheteria de todos os tempos, superando Titanic, que na minha opinião é um filme cansativo.

   Quem não assistiu, assista! E na versão 3D! A experiência será fantástica.