A confiança do pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Osmar Pinto, especialista em raios, afirmando que há mais de 99% de certeza que o apagão, que atingiu 18 estados brasileiros na terça-feira (10/11), não foi consequência de descarga elétrica (raios) no sistema de transmissão de energia levanta a questão dos motivos para as fontes oficiais culparem a mãe natureza.
O Ministro de Minas e Energia, Edson Lobão, deu o caso do apagão por encerrado, alegando que a quebra no fornecimento de energia de Itaipu teve causa climática, podendo ter sido um raio, ventos ou chuvas fortes na região de Itaberá, interior de São Paulo.
Segundo relatório do INPE, havia tempestade de médias proporções na região indicada pelo ministro, com 25 descargas elétricas (raios) de baixa intensidade, tendo o raio mais próximo das linhas de transmissão caído há 2 quilômetros de distância e com fraca intensidade.
Para o pesquisador, alegar que o apagão desligou 18 estados brasileiros é admitir que nosso sistema de energia é extremamente falho, já que a possibilidade disso acontecer é quase zero. No apagão de 1999, o governo federal apareceu com a mesma causa e o INPE, dois meses depois, comprovou que a natureza não era a culpada. O avanço tecnológico permitiu ao instituto fornecer um laudo mais rápido.
Tanta gente já deu sua opinião, o tema ficou repetitivo, mas não resisti quando vi a certeza do pesquisador de que o motivo do apagão estava errado. Preferir admitir falha no sistema por permitir que um simples raio parasse o País é estranho, já que isso leva a incompetência de gerência. Deve haver algum motivo grande, que desconhecemos. Falta de verba para investimento? Desvio de verba, que não permite o investimento? Parece que há algumas possibilidades que levam à falta de investimento como o motivo mais provável.
Cheguei a ouvir alguém dizer que a energia no Brasil é barata e que se quiséssemos um sistema melhor e mais seguro o brasileiro teria que pagar a conta. É um absurdo! Nossa energia está vinculada à água, que a hidrelétrica não paga para produzir a energia. Como pode os dois estados mais populosos do País, São Paulo e Rio de Janeiro serem os mais afetados por dependerem de uma única fonte de energia?
Podemos criar novas fontes de energia como alternativas e não precisa ser necessariamente a construção de uma nova hidrelétrica, no rio Xingu, no Pará, que tem leilão marcado para dia 21 de dezembro para produzir 11.233 MW.
Há alternativas de energia elétrica, que podem ser obtidas com sustentabilidade. Somos um País tropical, com sol presente praticamente o ano inteiro em todos os estados, então por que não temos energia solar forte? No nordeste do Brasil o vento é intenso daí vem a pergunta por que a energia eólica não explora todo o potencial? A quem interessa fazer milhões de pessoas dependerem de uma única fonte de energia? Talvez daqui a pouco algumas respostas apareçam, afinal 2010 é ano eleitoral.
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