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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Economia de baixo carbono é o futuro do mercado mundial


A transição da economia de mercado para a economia verde não pode mais esperar. Especialistas e estudos divulgados apontam que se uma ação global não for iniciada já em 2010 e intensificada nos próximos cinco anos será difícil conter a desordem ambiental causada pelo efeito estufa.
A mobilização mundial demonstra que terá como foco a economia de baixo carbono, com metas para os países reduzirem a emissão de gás de efeito estufa (GEE). A empresa de consultoria Mckinsey & Company divulgou, este ano, estudo sobre a curva global de custos para a redução da emissão dos gases, que mostra uma capacidade de diminuição de 70% de emissão do GEE.
Segundo a pesquisa, ações eficazes limitariam o aumento da temperatura global em dois graus-Celsius até 2030. Essa estimativa de controle da temperatura tem como base a capacidade da economia mundial de evitar a emissão nos próximos 20 anos de 47 gigatoneladas de um total previsto de 70 gigatoneladas no caso de nada for feito.
O desenvolvimento de um modelo econômico de baixo teor de carbono traz oportunidade às empresas de baixarem os custos, já que as ações gerariam eficiência energética, redução da demanda por eletricidade com a utilização de energias alternativas - eólica, biocombustíveis-, máquinas e equipamentos mais eficientes e logística de distribuição do produto com menos impacto ao meio ambiente e à vida das pessoas.
Já é realidade que a sobrevivência e a competitividade no mercado mundial está interligada com a postura de cada companhia frente ao meio ambiente e à economia de baixo carbono. As ações de uma empresa são valorizadas só pela sua inclusão no Índice Mundial de Desenvolvimento Sustentável Dow Jones (DJSI), que existe desde 1999. No mercado conta-se a história de uma empresa espanhola que teve alta nas ações em 1%, em um dia, só pelo anúncio de sua inserção no índice.
Para que a economia de baixo carbono se concretize, não basta apenas estabelecer metas de redução de emissão de gases. É preciso um pacote de ações privadas, forte estrutura de políticas públicas e comprometimento mundial simultâneo.
No País, 22 grandes empresas redigiram, em agosto, a Carta Aberta ao Brasil, na qual se comprometem a implementar ações de redução de emissão do CO2 na atmosfera. A carta tem dois pontos básicos e imprescindíveis: investir e mudar a forma de produção.
Entre as ações propostas pelas empresas está a publicação de inventários trienais de emissões de GEE, estratégias de escolha de produtos e serviços que promovam a redução de CO2, além de exigir que seus fornecedores tenham ações favoráveis ao meio ambiente. Essas medidas têm o objetivo de distinguir entre a empresa que quer realmente ser sustentável e a que usa apenas como ferramenta de marketing.
A contrapartida governamental na Carta Aberta ao Brasil é a implantação e agilização de Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL) e criação de mecanismos de Redução de Emissão por Desmatamento e Degradação (REDD). Um pacote de políticas públicas incentiva a adesão de empresas e fortalece o comprometimento com as metas e serem atingidas.
Copenhague
A revolução industrial limpa tem as atenções mundiais voltadas para a Dinamarca, que entre os dias 7 e 18 de dezembro sediará, em Copenhague, a conferência mundial climática, a COP15. A importância desta cúpula se deve à validade do Protocolo de Quioto, que expira em 2012, portanto se faz necessário pensar em um novo protocolo, com metas mais agressivas para conter as mudanças climáticas.
A expectativa está no comprometimento dos Estados Unidos e da China na inclusão da economia de baixo carbono. Esses são países desenvolvidos e mais industrializados, portanto emitem mais gases. Uma preocupação é a sugestão do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama de adiar qualquer definição de regras e metas em Copenhague.
Países como a China, Índia e Brasil têm, neste momento, mais responsabilidade do que tinham na década de 90, quando o Protocolo de Quioto foi assinado, por terem um peso maior na economia global e é importante seus comprometimentos de execução de um novo protocolo.
Brasil e França apresentarão uma proposta comum para a Conferência de Copenhague sobre o clima. Entre os principais pontos do documento está que países industrializados devem definir estratégias consistentes com a meta de reduzir suas emissões em ao menos 80% em relação aos seus níveis de 1990, até 2050. Os demais países devem buscar crescimento de baixa emissão de carbono implementando "ações nacionais apropriadas de alívio" com apoio financeiro de países mais ricos, além da criação de uma organização internacional de ambiente e desenvolvimento sustentável.

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