Uma história sem preconceitos

Fui apresentada ao filme mais simples e repleto de sensibilidade que já assisti. Elsa & Fred, uma co-produção entre Espanha e Argentina, conta uma história de amor onde o preconceito não existe, assim como as dúvidas e os joguinhos típicos das relações amorosas.
Ao assistir o filme o expectador reflete em como perdemos tempo em não dizer ao outro: ‘quero você’, ‘te amo’. Há sempre dúvidas na vida real do tipo, como ele irá reagir quando disser eu te amo? Será que ele também me ama?
O relacionamento entre Elsa & Fred não tem a preocupação do que o outro pensa ou senti. As personagens apenas dizem, sem tempo a perder. Tudo bem, alguém pode dizer que eles são assim porque estão na terceira idade, portanto maduros. Mas, cabe a quem assistir refletir por que não faço o mesmo?
O tempo é fugaz e não importa se tem 18, 30 ou 70 anos. Esperar alguns minutos para dizer a alguém eu te amo pode significar nunca mais poder dizer.
Este não é um filme ‘sentimentalóide’. Elsa & Fred não se preocupam com a idade, com a reprovação da família. São pessoas com personalidades opostas. Elsa é uma adorável velhinha espevitada, que se atira em cima de Fred, um viúvo recente, contido e cheio de tristeza. Elsa salva sua vida e mostra que o importante é viver bem os momentos felizes que se apresentam, o que gera situações engraçadíssimas.
O diretor Marcos Carnevale fez um filme impecável, permitindo que dois velhinhos fugissem do estereótipo de fim da vida para desfrutar totalmente a aventura do amor. Os atores Manuel Alexandre (Fred), China Zorrilla (Elsa) são maravilhosos.
Assistam, que irão se apaixonar. Quem sabe até mudem de atitude e passem a viver a vida no momento em que ela acontece, sem pensar, sem regras, sem convenções.