Há quanto tempo você não assiste a um filme de gangster que te faz sentir o cerco da polícia cada vez mais perto? Para mim foi no domingo, quando assisti Inimigos Públicos, de Michael Mann, com Johnny Depp e Christian Bale.
Infelizmente não consegui ver no cinema, o que acredito teria sido infinitamente melhor. Mas, mesmo na telinha da TV o filme é marcante de várias maneiras. Na direção, pela utilização de câmera digital nos momentos de maior ação, que trouxe um resultado interessante de contrastes e contraluzes possível pelo uso de pouca luz e da imagem digital.
No roteiro, por tornar interessante mais uma história de mocinho e bandido. Nessa história podemos ver o embrião do FBI, o bandido com princípios e código de honra, que nunca esquece um companheiro ou como tratar uma mulher. Há também a influência da mídia na criação do mito John Dillinger, o inimigo público.
O filme, também, é marcante pela presença de Johnny Depp, que faz Dillinger maravilhosamente. Em certos momentos você torce para que o inimigo público fuja e se de bem. Há cenas em que a população trata Dillinger como um astro. Talvez, uma espécie de síndrome de Estocolmo. Hoje em dia, com bancos ganhando fortunas em cima do bolso do trabalhador, poderíamos criar uma nova síndrome, a de Robin Hood.
Foram muitos os momentos do filme que adorei, mas destaco dois vividos dentro do cinema. A primeira é quando Dillinger e seus comparsas estão na sala e antes do filme começar seus rostos aparecem como procurados e perigosos. A luz se acende e o locutor diz: “olhem para a direita e para a esquerda, pois estes sujeitos podem estar ao seu lado”. Dillinger não olha para lado nenhum, apenas aguardando ninguém reconhecê-lo. Esse ar cínico e abusado, de quem é senhor de si acompanha a personagem durante todo o filme.
Outro momento foi Dillinger se identificando com a personagem de Clark Gable, em Vencido pela Lei, de 1934. Gable vivia um gangster, que estava sempre entre o amor, à lei e os crimes que cometia, até ser preso e condenado à morte.
Não dá para ficar enumerando tudo o que foi bom em Inimigos Públicos. Acabaria contando toda a história. A recomendação é: assistam. Não percam essa oportunidade.
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
E cria-se um ‘Inimigo Público’
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esta é para vc que gosta de cinema , a sociedade americana já algum tempo percebeu que a sua avidez pelo poder a afasta de seus entes queridos , fazendo com que os perca e ao tentar recuperar a relação percebem que já é tarde demais.
ResponderExcluirO filme novo do ator Eddie Murphy cujo nome é Minha filha é um sonho , trata exatamente deste tema.
um executivo de sucesso que a um passo de conquistar a posição em sua carreira que sempre almejou se vê dividido entre a sua meta e o amor de sua filha.
é um filme curto divertido e com uma mensagem humanitária excelente, vale a pena assistir ,e existe uma cena aonde a garotinha estende sua pequena mãozinha na direção do pai , que para quem tem filhos é impagável.
Eu assisti Inimigos Públicos. É excelente. E Johnny Depp mais uma vez deu um show de interpretação e carisma, deixando Marrion Cotillard (A "Edith Piaff" do cinema), de escada para John Dilinger, o personagem. A função de Cotillard no filme acho que foi justamente a do diretor mostrar como se tratava uma mulher nos anos 30 e a repugnância da sociedade contra quem batia ou torturava mulheres. O filme é magnífico e mostra o charme dos anos 30 em roupas e cenários, apesar da recessão econômica da época, decorrente da quebra da Bolsa de Nova Iorque, em 1929.
ResponderExcluirEndoço as palavras da Jú. Assistam!
Já estive com este filme nas maos umas 4 vezes, mas nunca me interessou muito, mas, depois deste post, vou ver no final de semana!
ResponderExcluirObrigado Jú, por compartilhar sempre deliciosos textos.
Beijão
Carl
Carl é o Vagner. Um amigo que optou pelo nick em homenagem ao general prussiano,Cal Von Clausewitz.
ResponderExcluirBom, depois de me contar isso ele teve que explicar quem é o general e pq gosta dele. Vou compartilhar a informação:
Carl foi um grande estrategista militar, que lutou contra Bonaparte, adorava filosofia e escreveu o livro Da Guerra. Eu o desconhecia.